Onde foi o empreendedorismo brasileiro?

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Essa semana, ao realizar diversas entrevistas para preencher vagas em diferentes setores, me deparei com um dado surpreendente: de 10 candidatos, 8 mencionaram estarem focados em se preparar para concursos públicos. 

Essa tendência levanta uma questão essencial: onde foi parar o espírito empreendedor brasileiro? Por que tantos evitam o caminho da autonomia financeira, preferindo a segurança de um cargo público em vez de arriscar e construir um negócio próprio?

Historicamente, o Brasil enfrenta desafios econômicos que alimentam essa busca pela estabilidade. Os concursos públicos oferecem garantias de emprego e benefícios sólidos; de outro canto, tem a percepção de que a realidade de ter um negócio próprio implica riscos elevados e incertezas, desestimulando muitos jovens. Para muitos brasileiros, a segurança é vista como mais importante do que a potencial liberdade financeira e a chance de construir algo próprio. 

Vender o próprio tempo para dinheiro é ainda o percurso mais viável?

Nos primeiros anos de 1900, foi criado o “american dream”, o sonho americano, que valorizava e valoriza até hoje, a iniciativa individual e o desejo de crescer por meio de negócios próprios e inovação; depois de mais de cem anos, essa cultura não se enraizou em todos os lugares.

Se pensa que, no Brasil, a burocracia, a carga tributária e as   dificuldades ao suporte ao empreendedorismo reforçam a ideia de que é mais seguro buscar um emprego público, mas a maioria das pessoas que desistem, não sabem como é a burocracia, a carga tributária e menos quais tipos de dificuldades que encontrarão. 
Conhece a frase “quando o ‘porque’ é forte, o jeito você encontra”? Reflete a ideia de que, com motivação suficiente, as pessoas superam barreiras e buscam soluções criativas. No entanto, no Brasil, parece que esse “porque” de empreender é muitas vezes fraco ou sufocado por desafios.

Para reverter essa tendência, é preciso se informar mais, a cultura que valorize a inovação e ofereça apoio ao empreendedorismo já está presente e mostra que, quando o “porque” é forte o suficiente, não há obstáculo que impeça o caminho da realização pessoal e financeira.

Entendo que às vezes fatores culturais e educacionais influenciam essa escolha: as famílias e a educação nem sempre incentivam a criatividade e o empreendedorismo, preparando mais para seguir regras do que para inovar e tomar riscos, mais hoje tem muitas informações e as ajudas e as dicas certas são suficientes para uma boa ideia se transformar em um sonho e começar a pegar forma.

Incentivar a sonhar uma liberdade financeira, arriscar e crescer como empreendedores é essencial para o desenvolvimento pessoal, econômico, social e do país.

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